Introdução:
O câncer de fígado é uma doença complexa e com alta taxa de mortalidade. No Brasil, estima-se que sejam diagnosticados cerca de 30 mil novos casos por ano. Felizmente, com o conhecimento adequado, podemos prevenir, identificar e tratar a doença de forma eficaz.
Neste guia, abordaremos os seguintes tópicos:
- O que é o câncer de fígado: definição, tipos e causas.
- Fatores de risco: quem está mais propenso a desenvolver a doença.
- Sintomas: sinais de alerta que você não deve ignorar.
- Diagnóstico: exames e métodos para identificar o câncer.
- Estágios da doença: como o câncer de fígado é classificado.
- Tratamentos: opções disponíveis para cada estágio da doença.
- Prevenção: medidas para reduzir o risco de desenvolver câncer de fígado.
- Prognóstico: chances de cura e sobrevida.
- Apoio ao paciente: recursos para auxiliar na jornada contra o câncer.
O que é o câncer de fígado?
O câncer de fígado é uma doença caracterizada pelo crescimento anormal e descontrolado das células do fígado. Esse crescimento pode formar tumores benignos ou malignos. Os tumores benignos não são cancerosos e geralmente não representam risco à vida, exceto em raros casos em que o seu crescimento pode causar ruptura e sangramento. Já os tumores malignos, conhecidos como carcinomas, podem se espalhar para outras partes do corpo (metástases).
Tipos de câncer de fígado:
- Carcinoma hepatocelular (CHC): o tipo mais comum, originado nas células hepáticas (hepatócitos).
- Colangiocarcinoma: surge nos ductos biliares que transportam a bile do fígado para o intestino delgado.
- Hepatoblastoma: tumor raro que geralmente se desenvolve em crianças.
- Angiossarcoma: tumor raro que se origina nos vasos sanguíneos do fígado.
Causas do câncer de fígado:
As causas do câncer de fígado podem variar, mas alguns fatores aumentam o risco de desenvolver a doença:
- Cirrose: causada por hepatite B, hepatite C, consumo excessivo de álcool ou outras doenças hepáticas.
- Hepatite B e C: infecções virais que danificam o fígado.
- Doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA): acúmulo de gordura no fígado sem causa alcoólica.
- Aflatoxinas: toxinas produzidas por fungos que contaminam alimentos como amendoim e milho.
- Consumo excessivo de álcool: pode causar danos ao fígado e aumentar o risco de câncer.
- Tabagismo: aumenta o risco de diversos tipos de câncer, incluindo o de fígado.
- Diabetes: aumenta o risco de desenvolver doenças hepáticas e câncer de fígado.
- Obesidade: aumenta o risco de desenvolver DHGNA e câncer de fígado.
Fatores de risco:
- Idade: o risco aumenta após os 50 anos.
- Sexo: homens são mais propensos a desenvolver a doença.
- Etnia: pessoas de ascendência asiática ou africana têm maior risco.
- Histórico familiar: ter um familiar com câncer de fígado aumenta o risco.
Sintomas:
O câncer de fígado pode ser assintomático em seus estágios iniciais. À medida que a doença progride, os sintomas podem incluir:
- Fadiga
- Perda de peso e apetite
- Náuseas e vômitos
- Dor abdominal
- Inchaço abdominal (ascite)
- Icterícia (pele e olhos amarelados)
- Sangramento nasal ou gengival
- Confusão mental
- Febre
Diagnóstico:
O diagnóstico do câncer de fígado geralmente envolve:
- Exames de sangue: para verificar a função hepática e detectar a presença de marcadores tumorais.
- Exames de imagem: ultrassom, tomografia computadorizada (TC) e ressonância magnética (RM) para identificar tumores no fígado.
- Biópsia: retirada de um pequeno pedaço do fígado para análise laboratorial.
Estágios da doença:
O câncer de fígado é classificado em estágios de acordo com o tamanho e a localização do tumor, a presença de metástases e a função hepática. O estadiamento ajuda a determinar o melhor tratamento e o prognóstico da doença.
Tratamento
O tratamento do câncer de fígado depende do tipo, estágio, tamanho, localização do tumor e da saúde geral do paciente. As principais opções de tratamento incluem:
- Cirurgia: a ressecção cirúrgica é o tratamento mais comum para tumores pequenos e localizados. A cirurgia pode envolver a remoção de parte do fígado (hepatectomia parcial) ou todo o fígado (hepatectomia total) seguido por transplante de fígado.
- Ablação térmica: utiliza técnicas minimamente invasivas para destruir o tumor com calor – radiofrequência e micro-ondas são as mais comuns.
- Quimioembolização: utiliza a administração de quimioterápico e partículas que ocluem as artérias nutridoras do tumor, por meio de um cateter inserido em artéria periférica (femoral – na região da coxa próximo à virilha ou radial – na região do antebraço) e que é guiado por angiografia até a artéria hepática.
- Radioembolização: microesferas contendo material radioativo são injetadas na artéria hepática, atingindo diretamente o tumor com radiação.
- Quimioterapia: utiliza medicamentos para destruir células cancerosas, podendo ser administrada por via oral ou intravenosa.
- Imunoterapia: estimula o sistema imunológico do paciente para combater o câncer.
- Transplante de fígado: em casos selecionados, pode ser realizada a substituição do fígado doente por um fígado saudável de um doador.
É importante ressaltar que a escolha do tratamento deve ser feita por uma equipe médica multidisciplinar, considerando as particularidades de cada caso.
Prevenção
Embora nem todos os casos de câncer de fígado sejam evitáveis, adotar hábitos saudáveis pode reduzir o risco de desenvolver a doença:
- Vacinação: Vacine-se contra hepatite B e hepatite A.
- Álcool: Beba álcool com moderação.
- Drogas recreativas: o uso de drogas injetáveis propicia o compartilhamento de agulhas e o risco de adquirir o vírus C da hepatite.
- Dieta saudável: Mantenha uma dieta equilibrada, rica em frutas, legumes, verduras e grãos integrais, e limite o consumo de alimentos processados, açucarados e gordurosos.
- Peso saudável: Mantenha um peso saudável através de uma dieta equilibrada e atividade física regular.
- Controle da diabetes: Se você tem diabetes, siga as orientações médicas para controlar a glicemia.
- Tabagismo: Evite fumar ou pare de fumar.
Prognóstico
O prognóstico do câncer de fígado depende de vários fatores, como o tipo, o estágio, o tamanho e a localização do tumor, a saúde geral do paciente e a resposta ao tratamento. O diagnóstico precoce é fundamental para aumentar as chances de cura.
Apoio ao paciente
O diagnóstico de câncer de fígado pode ser um momento difícil e emocionalmente desgastante. É fundamental buscar apoio emocional e social durante o tratamento. Grupos de apoio, terapia individual e familiar podem ser recursos valiosos para auxiliar o paciente e seus familiares a enfrentar a doença.
Conclusão
O câncer de fígado é uma doença séria, mas com diagnóstico precoce e tratamento adequado, as chances de cura e sobrevida aumentam significativamente. A adoção de hábitos saudáveis e o conhecimento dos fatores de risco são fundamentais para a prevenção. Lembre-se, se você suspeitar de algum sintoma ou possui histórico familiar da doença, consulte um médico para avaliação e diagnóstico precoce.
Este artigo tem caráter informativo e não substitui a consulta médica. Sempre procure orientação de um profissional da saúde qualificado.