A crioablação, também conhecida como terapia por criocirurgia, é um procedimento médico que utiliza temperaturas extremamente baixas para destruir tecido doente. Essa técnica é frequentemente usada para tratar uma variedade de condições médicas, incluindo tumores em órgãos como o fígado, rim e próstata, além de ser aplicada em alguns tipos de arritmias cardíacas.
História da Crioablação
A criocirurgia começou a ganhar destaque como uma técnica médica na segunda metade do século XX, anos 50 e 60. Seu desenvolvimento no final dos anos 90 acompanhou os avanços em tecnologia de imagem, que permitiram aos médicos visualizar com precisão a área de tratamento e aplicar o frio de forma controlada. Criossondas miniaturizadas foram desenvolvidas e o termo crioablação passou a ser utilizado, quando os procedimentos passaram a ser realizados pela Radiologia Intervencionista, sob orientação por imagens de tomografia computadorizada ou ultrassonografia.
Como Funciona a Crioablação?
O procedimento de crioablação envolve o uso de sondas muito finas, conhecidas como criossondas, que são inseridas diretamente no tecido alvo sob orientação de ultrassom ou outro método de imagem. Essas sondas emitem gases extremamente frios, como argônio, que congelam o tecido patológico, destruindo as células doentes.
Aplicações Clínicas da Crioablação Guiada por Imagem
- Tratamento de Tumores Sólidos: Particularmente útil para pacientes que não podem ser submetidos a cirurgias convencionais. As indicações são inúmeras: tumores renais, hepáticos, pulmonares, ósseos, linfonodos cervicais, abdominais, torácicos, nódulos subcutâneos, mamários, são alguns dos exemplos com estudos disponíveis na literatura médica.
Benefícios da Crioablação
- Minimamente Invasiva: Menos dolorosa e com recuperação mais rápida comparada à cirurgia convencional.
- Precisão Elevada: Permite um tratamento direcionado que minimiza danos aos tecidos saudáveis circundantes.
- Segurança e Eficácia: Taxas elevadas de sucesso em eliminar tecidos patológicos com complicações mínimas.
Considerações e Contraindicações
Apesar de seus muitos benefícios, a crioablação não é adequada para todos os tipos de tumores ou pacientes. Contraindicações incluem, mas não estão limitadas a certas localizações de tumor que possam afetar órgãos vitais ou nervos.
Estudos de Caso e Pesquisas Recentes
Pesquisas recentes destacam o sucesso da crioablação em diversos contextos clínicos, bem como estudos de caso que ilustram os resultados positivos e desafios do procedimento.
O tratamento de tumores nos ossos com técnicas guiadas por imagem tem sido realizado desde meados dos anos 2000. No Brasil, os primeiros relatos na literatura brasileira são de 2010 (https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/21170528/). Desde então, desenvolvemos linhas de pesquisa na área (https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/25552399/) para oferecer mais opções de tratamento para os pacientes com o cuidado em desenvolver técnicas de proteção para evitar complicações da técnica (https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31997752/).
O Futuro da Crioablação
Os próximos avanços tecnológicos que podem ampliar as aplicações da crioablação e melhorar ainda mais sua eficácia e segurança incluem a associação de técnicas de tratamento como a cimentoplastia e a fixação percutânea com parafusos canulados, todas elas realizadas no mesmo tempo operatório e com mínimas incisões na pele, de até 0,5 cm, proporcionando uma recuperação rápida e permitindo a deambulação precoce no mesmo dia ou até no dia seguinte na maioria dos casos. Técnicas de imagem avançadas também aumentam a segurança dos procedimentos e o conforto dos pacientes.
Conclusão: Avaliando a Crioablação como uma Ferramenta Terapêutica
Em conclusão, embora dependa de uma infraestrutura de engenharia clínica sofisticada, a crioablação guiada por imagem é uma terapia bastante promissora que resulta em tratamentos menos dolorosos e que reduzem o desconforto pós-operatório, com resultados clínicos favoráveis no cuidado dos pacientes com câncer.