Introdução
O Tumor Benigno na Tireóide, também conhecido como nódulos tireoidianos ou nódulos da tireoide, são uma condição comum que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. No Brasil, estima-se que cerca de 10% da população tenha nódulos de tireoide. Embora muitas vezes sejam assintomáticos, esses crescimentos podem gerar preocupações e questões para os pacientes e profissionais de saúde.
Neste artigo, vamos comentar o que são os tumores benignos na tireoide, suas causas, sintomas, métodos de diagnóstico e quais são as melhores opções para o tratamento.
O que é um Tumor Benigno na Tireóide?
Os tumores benignos na tireoide são nódulos não cancerosos que se desenvolvem na glândula tireoide. A tireoide é uma glândula em forma de borboleta localizada na parte frontal do pescoço, responsável por produzir hormônios que regulam uma variedade de funções corporais, incluindo metabolismo, temperatura corporal e frequência cardíaca. Quando as células normais (benignas) da glândula tireóide crescem de forma localizada e ordenada, elas formam um nódulo ou tumor.
Os nódulos tireoidianos podem variar significativamente em tamanho, número e características. Alguns são tão pequenos que são detectados somente com exames de imagem (ultrassonografia), enquanto outros podem crescer o suficiente para serem visíveis ou palpáveis no pescoço.
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Causas e Fatores de Risco
A causa exata dos nódulos tireoidianos nem sempre é clara, porém são alguns dos fatores de risco conhecidos para tumores benignos na tireoide:
- Deficiência de Iodo: o iodo é essencial para a produção de hormônios tireoidianos. A deficiência de iodo na dieta, rara hoje em dia, pode levar ao desenvolvimento de nódulos tireoidianos.
- Exposição à Radiação Ionizante: A exposição à radiação ionizante na região do pescoço, especialmente durante a infância, aumenta o risco de desenvolver nódulos tireoidianos mais tarde na vida.
- Histórico Familiar: Pessoas com membros da família que tiveram nódulos tireoidianos têm um risco aumentado de desenvolver a condição.
- Sexo e Idade: Mulheres têm maior probabilidade de desenvolver nódulos tireoidianos do que homens, e o risco aumenta com a idade.
Sintomas e Diagnóstico
Um dos desafios dos nódulos tireoidianos é que muitas vezes eles não causam sintomas perceptíveis, especialmente se forem pequenos. No entanto, quando os sintomas ocorrem, eles podem incluir:
- Aumento localizado no volume do pescoço.
- Sensação de aperto ou pressão na garganta.
- Dificuldade para engolir.
- Rouquidão.
- Mudanças na voz.
- Batimentos cardíacos acelerados.
Se um nódulo tireoidiano for grande o suficiente para ser visível ou palpável, ou se os sintomas estiverem presentes, é importante consultar um médico para avaliação. A especialidade médica que aborda as doenças da tireoide é a endocrinologia. O diagnóstico de um nódulo tireoidiano geralmente envolve uma combinação de:
- Exame Físico: O médico pode sentir a área do pescoço para detectar nódulos tireoidianos visíveis ou palpáveis.
- Exame de Imagem: a Ultrassonografia da Tireoide é o melhor método de imagem para avaliar a aparência e características do nódulo.
- Biópsia: mais conhecida como PAAF, que significa Punção Aspirativa por Agulha Fina. Este procedimento envolve a remoção de uma pequena amostra de tecido do nódulo para análise laboratorial. A PAAF é o método mais utilizado para determinar se um nódulo tireoidiano é benigno ou maligno.
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Tratamento e Seguimento
O tratamento de tumores benignos na tireóide é apoiado pelos consensos das áreas médicas envolvidas (endocrinologia, cirurgia de cabeça e pescoço e radiologia intervencionista).
Vários fatores influenciam na decisão de tratamento, dentre eles: a presença de sinais e sintomas, o tamanho e a localização do nódulo, os resultados da biópsia e a preferência do paciente.
As opções de tratamento podem incluir:
- Vigilância ativa: Se o nódulo for pequeno e não estiver causando sintomas significativos, o médico pode recomendar o seguimento regular com exames de ultrassonografia para acompanhar quaisquer mudanças no tamanho ou características do nódulo.
- Medicamentos: em alguns casos, medicamentos podem ser prescritos para ajudar a controlar os sintomas, como os hormônios tireoidianos sintéticos para regular a função da tireoide.
- Punção Aspirativa por Agulha Fina (PAAF): Se houver preocupações sobre a natureza do nódulo, uma PAAF pode ser realizada para coleta de amostra de tecido para análise pelo médico patologista.
- Ablação térmica guiada por ultrassonografia: é um tratamento relativamente recente que consiste na introdução de uma agulha especial dentro do nódulo. Esta agulha especial produz energia térmica em sua ponta e é introduzida no interior do nódulo por meio de uma incisão de 0,2 cm na pele próxima à tireóide, sob visão direta pelo equipamento de ultrassom e após antissepsia adequada e anestesia local. A sedação da (o) paciente pode ser realizada para maior conforto. O médico aplica a energia térmica dentro do nódulo por alguns minutos e encerra o tratamento em seguida. É um tratamento geralmente ambulatorial, sem necessidade de internação. A redução do volume do nódulo geralmente ocorre já no primeiro mês, com melhora significativa dos sintomas. Na maioria das vezes, a redução do volume do nódulo é persistente. As modalidades mais comuns de ablação térmica de nódulos benignos da tireoide são a ablação por radiofrequência, a ablação por laser e a ablação por microondas.
- Cirurgia: Se o nódulo for grande ou de localização complexa (por exemplo, mergulhante), ou se houver suspeita de câncer, pode ser recomendada a remoção cirúrgica do nódulo, de parte da tireóide ou mesmo da tireoide inteira. Este procedimento é conhecido como tireoidectomia parcial ou total.
Conclusão
Os tumores benignos na tireoide são uma ocorrência comum, mas isso não significa que devem ser subestimados ou super tratados. Felizmente, a medicina moderna oferece soluções avançadas e menos invasivas para lidar com esses nódulos. Em muitos casos, o Radiologista Intervencionista pode desempenhar um papel relevante no tratamento dos nódulos benignos de tireóide elegíveis ao tratamento por ablação térmica, oferecendo em favor dos seus pacientes o melhor da sua experiência na interpretação das imagens por ultrassom, assim como nos procedimentos guiados por ultrassonografia.
Saiba mais sobre a Radiologia Intervencionista
Na Punção Aspirativa por Agulha Fina (PAAF), uma pequena amostra de tecido do nódulo é retirada para análise, ajudando a determinar sua natureza benigna ou maligna. Este procedimento é rápido, seguro e geralmente bem tolerado pelos pacientes, proporcionando resultados precisos para orientar o plano de tratamento.
Já a terapia com ablação térmica por radiofrequência é uma técnica inovadora que utiliza calor controlado para destruir o tecido do nódulo, reduzindo seu tamanho e aliviando os sintomas associados. Este procedimento é realizado através de uma incisão mínima na pele, guiada por ultrassom, e geralmente pode ser realizado em regime ambulatorial, quando o paciente recebe alta hospitalar poucas horas após o tratamento.
Se o seu médico indicou o tratamento por ablação térmica de um nódulo benigno de tireoide ou você tem interesse em uma avaliação especializada, agende uma consulta conosco.
Além disso, a Radiologia Intervencionista também desempenha um papel crucial na monitorização e acompanhamento dos pacientes com tumores benignos na tireoide. Utilizando todo o conhecimento da interpretação das imagens de ultrassonografia de alta resolução, os especialistas em Radiologia podem avaliar a resposta ao tratamento durante o seguimento clínico, garantindo uma abordagem personalizada e eficaz para cada caso.
Em resumo, os pacientes com tumores benignos na tireoide que causam sintomas e desconforto têm opções de tratamento minimamente invasivas oferecidas pela Radiologia Intervencionista. É possível enfrentar essa condição com confiança e obter resultados positivos com melhor qualidade de vida.
Referências
[1] American Thyroid Association. Thyroid Nodules. Disponível em: https://www.thyroid.org/thyroid-nodules/
[2] Nódulo tireoidiano e câncer diferenciado de tireoide: atualização do consenso brasileiro https://www.tireoide.org.br/area-cientifica/consensos-em-tireoide/