Novas tecnologias de investigação de doenças hepáticas com procedimentos de Radiologia Intervencionista

A Radiologia e Diagnóstico por Imagens tem atingido um alto grau de precisão no diagnóstico de doenças hepáticas através de novas tecnologias como a ELASTOGRAFIA HEPÁTICA e a ULTRASSONOGRAFIA COM CONTRASTE POR MICROBOLHAS. Por outro lado, a BIÓPSIA HEPÁTICA GUIADA POR ULTRASSONOGRAFIA, que é comumente realizada pela Radiologia Intervencionista, permanece fundamental para a confirmação diagnóstica das doenças hepáticas. 

Leia a seguir mais detalhes desses procedimentos.

Doenças hepáticas na população mundial

Estima-se que 30% da população mundial seja afetada por uma condição de saúde atualmente definida pelo acrônimo em inglês MASLD. Esta sigla significa em português “doença hepática esteatótica associada à disfunção metabólica” e anteriormente era conhecida como doença hepática gordurosa não alcoólica. A MASLD caracteriza-se pelo acúmulo de gordura no fígado. Seus fatores de riscos incluem o sobrepeso e a obesidade, aumento da circunferência abdominal, o diabetes ou o pré-diabetes, a hipertensão arterial e o aumento do colesterol ou dos triglicerídeos. A prevalência global estimada de MASLD em 2040 é de 55,2%. A MASLD abrange tanto a esteatose sem esteato-hepatite quanto a esteato-hepatite associada à disfunção metabólica (MASH, anteriormente conhecida como NASH). Estima-se que até um em cada quatro pacientes com MASLD tenha MASH. Quando MASH se desenvolve, ela pode evoluir para fibrose, cirrose e para o carcinoma primário do fígado – o carcinoma hepatocelular (CHC).

Biópsia hepática

A biópsia hepática continua a desempenhar um papel essencial no diagnóstico preciso de doenças hepáticas não relacionadas ao câncer, assim como no câncer hepático. Os pequenos fragmentos de tecido hepático obtidos por meio da biópsia hepática contém inúmeras informações que permitem estabelecer o diagnóstico correto das doenças, assim como permitem também uma melhor orientação do tratamento, do prognóstico, das terapias específicas, da caracterização molecular e da identificação de biomarcadores. A biópsia hepática continua a ser um pilar na investigação e no tratamento da doença hepática, e a sua utilidade e relevância seguem em evolução, juntamente com as diversas tecnologias de imagem, tais como a elastografia hepática e a ultrassonografia com contraste por microbolhas, bem como os exames de sangue e tecnologias emergentes de Inteligência Artificial (IA).

Elastografia hepática

A elastografia hepática é um exame que avalia a rigidez do fígado, auxiliando na detecção precoce e na reavaliação da fibrose e cirrose. Essa técnica não invasiva utiliza ondas de ultrassom para medir a elasticidade do tecido hepático, proporcionando informações cruciais sobre a saúde do fígado e que tem o potencial de evitar em alguns casos as biópsias hepáticas, embora estas sejam essenciais para o estadiamento inicial e com frequência são realizadas durante o seguimento dos pacientes com estas enfermidades.

Ultrassonografia com contraste por microbolhas

O uso do contraste por microbolhas durante o exame de ultrassonografia é outra inovação significativa na Radiologia para doenças hepáticas focais. Ele é muito relevante na avaliação de tumores antes e após o tratamento por Radiologia Intervencionista. Esse tipo de contraste é composto por pequenas bolhas de gás envoltas em uma membrana, que são injetadas na corrente sanguínea durante o exame de ultrassonografia. As microbolhas melhoram a visualização do fígado e das lesões hepáticas focais, permitindo uma avaliação mais detalhada de nódulos e tumores hepáticos e também de outros órgãos. Essa técnica é especialmente útil na diferenciação entre lesões benignas e malignas, assim como de eventuais lesões residuais após o tratamento por terapia ablativa térmica, ajudando os médicos a tomarem decisões mais eficientes sobre o tratamento.

Estes procedimentos são realizados com um trabalho multidisciplinar entre o médico radiologista e as demais especialidades médicas da área como os oncologistas, hepatologistas, endocrinologistas e cirurgiões.

Texto validado pelo Dr. Ricardo Freitas – médico radiologista intervencionista, pesquisador e Professor Colaborador da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. CRM-SP: 138.519

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